30 de ago. de 2014

Duas supostas vítimas de estupro em Conquista inventaram casos

Duas suspostas vítimas dos casos de estupro em Vitória da Conquista, na região sudoeste da Bahia, uma adolescente de 15 anos e um homem de 39 anos, inventaram os ataques que alegaram ter sofrido, em depoimento à polícia. A informação é de Marcus Vinícius de Morais, coordenador regional da 10ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin).

Segundo o delegado, a adolescente confessou na manhã desta sexta-feira (29) a inveracidade do depoimento. Ela havia dito que estava dentro de um ônibus, saindo da escola, quando foi abordada por um homem, levada para um local desconhecido e violentada.

"Ela confessou que mentiu. No primeiro depoimento ela disse que era um homem loiro de olhos claros. Na filmagem do ônibus, verificamos que a pessoa com a roupa que ela descreveu estava lá, mas as características físicas não eram as mesmas. Era um homem moreno de olhos escuros, e isso me chamou a atenção, relatou Morais.

O delegado ainda informou que as filmagens comprovam que, na hora em que ela disse ter sido violentada, a adolescente ainda estava no colégio. "Quando foi submetida ao novo interrogatório ela confessou que mentiu. E ela também confessou que teria rasgado a roupa", apontou o delegado. "Foram várias contradições ao decorrer do depoimento", acrescenta.

Segundo Marcus Vinícius, um exame de corpo de delito foi feito na suspeita, e não constatou nenhuma marca ou lesões.

Já o homem que havia dito ter sido violentado após ser intimidado com um facão, também teve as informações desmentidas através das imagens das câmeras de segurança da rua. "Nas filmagens da ruas, ele passou bêbado, deitou em uma calçada e dormiu no local. A casa que ele alegou incisivamente no primeiro depoimento ser do suposto estuprador realmente é próxima, mas exames de corpo de delito foram feitos nele e não acusou nenhum tipo de lesão", explica Morais.

De acordo com Marcus Vinicius, a adolescente irá responder a um boletim de ocorrência circunstanciado, um procedimento adequado a menores de idade. Já o homem não responderá a nenhum inquérito pois, segundo o delegado, ele teve uma má percepção da realidade. "Ele não agiu de má fé. Ele achou que foi estuprado, mas não foi", diz.

Marcos Vinícius ainda alertou para os problemas ocasionados por falsas denúncias. "Nós da Polícia Civil pedimos que a população tenha mais cuidado com informações inverídicas, pois houve uma mobilização muito grande por conta desses casos. Além disso, essas informações causam uma instabilidade muito grande no meio social", apontou. "Parte dos esforços dos estupros verdadeiros foram direcionados para esses casos", finalizou.

O delegado afirmou que a adolescente não disse o motivo de ter inventado o ataque. (G1)

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